top of page
Projecto Avançado I
Docente Arq. José Adrião e Sofia Salema
 
A cidade de Évora é caracterizada como uma unidade cidade-campo, entre a paisagem da cidade e a paisagem agrária, sendo equiparada em alguns pontos com as teorias de Ebenezer Howard de uma cidade-jardim. A paisagem é entendida como transição e transformação, inserida numa paisagem rural. Como muitas outras cidades de origem rural, Évora preserva e contínua com as suas características de cidade habitante de um território rural.

Saindo do recinto amuralhado da cidade de Évora - espaço urbano - verifica-se que ainda hoje é possível pela Porta da Lagoa assistir a um reencontro entre o território urbano e o território rural. As paisagens fundem-se pela presença do edificado de grande porte - Aqueduto da Água da Prata, que permite, pela sua funcionalidade ligar a população da cidade aos elementos rurais, que em tempos tiveram grande importância no desenvolvimento económico da cidade. A imponente presença do Aqueduto aliada à conceção espiritualista da água - purificação, faz com que surjam nas suas imediações deste local, o Convento da Cartuxa, o Forte de Santo António e o Convento de São Bento de Castris e as próprias quintas agrárias, que tinham uma casa Senhorial e um local de adoração, associando o campo aos rituais cristãos, como por exemplo, momentos de colheita, procissões, romarias, entre outros, tão intimamente ligadas às estações e aos hábitos agrícolas. 

No período pós industrial, houve uma grande instabilidade no perímetro extramuros da cidade de Évora. A cidade não respondeu á grande concentração populacional no meio urbano causado pela migração, e consequência disso foram o aparecimento de bairros clandestinos sem ordenamento prévio e o que acabou por caracterizar uma zona periférica desordenada e, posteriormente, a descaracterização do território rural, uma vez que, os bairros se apoderaram das propriedades onde se encontravam as quintas agrárias.

De modo a reavivar a antiga relação entre o campo e a cidade, possibilitando que uma nova geração se aproxime da verdadeira origem da cidade de Évora e nela encontre interesse e perspetive de um modo mais contemporâneo e veja no campo alternativa à cidade tanto económico como social, a realização deste projecto incide-se sobre a antiga «Quinta das Glicínias».

 

bottom of page